sábado, 17 de outubro de 2020

Treinar pessoas é antes de tudo adquirir conhecimentos além do treinamento

Todos que treinam buscam resultados, sejam estes estéticos ou de desempenho. Há muitos modelos de treino prometendo resultados. No entanto, nenhum modelo é perfeito, mas o modelo mais perfeito é aquele que atende a individualidade do atleta. Mas o que é individualidade? A individualidade é biológica e psicológica. Não adianta seguir um treino de um atleta que vai garantir que você atinja o mesmo objetivo. O que devo fazer então?

Primeiramente, todo treino deve seguir um propósito, que depende de um planejamento, organização e controle dos estímulos. Muitos atletas acreditam que, treinando duro todos os dias alcançará o resultado desejável. No entanto, temos que considerar que nem sempre o resultado desejável seja a vitória, mas a maneira como você se desenvolve na competição. Nessa aspecto, a preparação física não vai garantir a vitória, mas dar a condição para que seja alcançada.

A vitória não depende de uma preparação física bem feita, mas de muitos fatores, que vai desde a alimentação, vida social e como o atleta se comporta, assim como seus valores e sistemas de crença, entre muitas varáveis presentes. Por isso, sempre digo que, um bom treinador não é aquele que tem profundo conhecimento da modalidade esportiva, do treinamento, mas também do ser humano, de seus aspectos objetivos e subjetivos. 

Ser treinador ou técnico, não é uma tarefa fácil, é desafiadora porque, além de buscar conhecimento em outras áreas para atender esses propósitos, é preciso conhecer a si mesmo para poder ler as necessidades do outro. O treinamento  não é uma ciência exata, mas cheia de variáveis e circunstâncias que não podem ser esquecidas ou negligenciadas, especialmente porque no alto nível, a vitória e decidida nos detalhes. 

domingo, 11 de outubro de 2020

O segredo está em encontrar o meio-termo

 Muitos atletas, especificamente lutadores, pensam que treinando muito alcançarão os resultados almejados. No entanto, treinar de menos também não ajudará a alcançá-los. O segredo sempre está no meio-termo, nem mais, nem menos. Como achar esse meio-termo? Essa é uma pergunta que todos buscam a resposta. Eu sempre digo que a resposta está no bom diálogo entre o atleta e o treinador, porém, somente o atleta pode saber o que ocorre dentro de si.

O treino deve ser visito de modo multifatorial, ou seja: alimentação, recuperação, sono, vida social, etc. Tudo deve convergir para o sucesso do treino. Sempre digo que a constância é mais importante que quantidade. Se você treinar menos, mas todos os dias, será melhor que treinar intenso 3-4 vezes por semana.

A resposta ao bom treino está na capacidade de suas articulações se ajustarem às cargas e isso leva certo tempo, pois são estruturas histológicas diferentes (tendão, ligamentos, cartilagens, ossos e músculos) com tempos de resposta diferentes ao estresse provocado pelo treinamento. Por isso, sempre digo que a preparação física é mistura de ciência com alquimia, e tudo depende como o treinador organiza os ingredientes necessários para construir uma base sólida para atingir os objetivos. É importante considerar que nenhum treino é uma ciência exata, diria que é uma ciência de sensibilidade e bom-senso.

Bons treinos

Everson Índio


sábado, 10 de outubro de 2020

Mudanças no treinamento ou ressignificação dos mesmos?

 Atualmente, os treinos direcionados para a preparação física de judocas tem se diversificado muito. Muitos atletas passaram a utilizar os espaços de Crossfit ou de treinamento funcional para realizar seus treinos de preparação física extra-tatame. Considero isso muito bom quando comparado aos treinos de musculação realizados durante muito tempo, com até com certo preconceito, acreditando que iria prejudicar na preparação física do atleta. De fato sim, se compararmos as categorias de força aplicadas. 


Nestes espaços de treino, os atletas têm-se utilizado de equipamentos como bolas, dummbells, kettlebells, barras e anilhas de levantamento de peso, elásticos, remos ergômetros, airbikes, barras suspensas para a realização de exercícios calistênicos ou até mesmo sem equipamentos, na forma de exercícios ginásticos. Aliando aos equipamentos, soma-se as capacidades físicas a serem treinados baseada na mobilização dos três sistemas energéticos: alático, lático e oxidativo, na forma de HIIT (High Intensity Interval Training), circuitos, combinados ou não.

No entanto, o conhecimento dos exercícios, das capacidades físicas e habilidades motoras, assim como dos sistemas energéticos envolvidos, depende do conhecimento do preparador físico para as demandas da modalidade, responsável por organizar os estímulos na forma de planificação do treino. Isso é o básico que se espera de todo preparador físico. 

Além disso, o treino se faz também fora do tatame, onde o atleta se alia ao bom descanso e à alimentação ajustada às suas necessidades. Para atingir os objetivos, deve-se pensar em levantar um muro somente subir os tijolos quando o concreto secou. Diferente do concreto, se o atleta diminui seu treino e para por alguma lesão, será necessário formar nova base para levantar o muro.